Home / notícias / Sem participação dos servidores, Plenário da ALMG aprova, em 1º turno, parte da Reforma que acaba com direitos do funcionalismo

Sem participação dos servidores, Plenário da ALMG aprova, em 1º turno, parte da Reforma que acaba com direitos do funcionalismo

1524719

Contrariando todos os protestos dos servidores públicos, o Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em Reunião Extraordinária na manhã desta terça-feira (1/9), em 1º turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/20. Em um processo totalmente antidemocrático, como nunca visto anteriormente na Casa, foi aprovada, com 51 votos favoráveis e 19 votos contrários, a proposta do governo do Estado, que altera o sistema de previdência social dos servidores públicos civis mineiros.

A votação ocorreu ao mesmo tempo em que servidores de diversas categorias do funcionalismo protestavam do lado de fora da ALMG contra a Reforma. Os trabalhadores foram recebidos no local sob forte presença de policiamento e com ruas próximas fechadas, deixando, ainda mais, explícito o posicionamento autoritário do governo do Estado e a intenção de impedir qualquer discussão com os trabalhadores.

A proposta foi aprovada na forma do substitutivo nº 4, apresentado pela comissão especial. Após a votação, o texto agora retorna para mesma comissão para apreciação em 2º turno, antes da votação definitiva em Plenário.

No texto aprovado hoje foi mantida a idade mínima de aposentadoria proposta pelo governador Romeu Zema de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres que ingressarem no serviço público após a vigência das novas regras. No caso das mulheres que já estão no serviço público, a idade mínima aprovada é de 60 anos.

A proposta traz também a incidência de contribuições extraordinárias para servidores ativos, aposentados e pensionistas, caso haja déficit atuarial, ou seja, se a cobrança das contribuições não for suficiente para equilibrar as contas previdenciárias. A cobrança poderá recair sobre proventos que superem três salários mínimos. Para isso, será necessário aprovar uma lei específica. A iniciativa deve ter vigência por tempo determinado e, paralelamente, deverão ser adotadas outras medidas para equacionamento do déficit.

O substitutivo determina, ainda, que, no caso de adoção de alíquotas progressivas, os valores de referência utilizados para fins de fixação das faixas de incidência serão atualizados na mesma data e com o mesmo índice em que se der o reajuste dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ressalvados aqueles eventualmente vinculados ao salário mínimo, aos quais se aplicará a legislação específica.

Na ocasião, parlamentares contrários à reforma reafirmaram seus posicionamentos e criticaram as propostas enviadas pelo governador Romeu Zema. Além de considerarem injusta a tramitação da reforma no momento em que o Estado vive a pandemia do coronavírus, sem que os servidores pudessem entrar na sede do Poder Legislativo ou se manifestar livremente, esses parlamentares reforçaram a falta de dados do governo que justificassem a necessidade de tamanho ajuste na previdência e também o fato de não ter sido apresentada nenhuma outra alternativa para equilibrar as finanças e sanar o déficit.

As deputadas Beatriz Cerqueira e Leninha e Andréia de Jesus, estão entre os parlamentares que votaram contra a PEC. Elas destacaram os prejuízos decorrentes do aumento da idade mínima de aposentadoria das mulheres, assim como o tempo maior de contribuição.

Diante do resultado da votação de hoje, o SISIPSEMG convoca a categoria a permanecer mobilizada, pressionando os deputados a votarem contra a Reforma da Previdência do governo do Estado. Precisamos continuar cobrando dos parlamentares a rejeição às propostas e deixando claro que aqueles que votarem contra os trabalhadores não serão reeleitos.

Com informações: Jornal O Tempo/ALMG

Foto: Daniel Protzner/ALMG

Veja também

IMG-20240423-WA0023(1)

Em defesa do Instituto, servidores realizam abraço simbólico ao IPSEMG

Servidores do IPSEMG e trabalhadores de diversas categorias do funcionalismo público de Minas Gerais, realizaram ...